Como um coronel, Fábio Gentil acha que culpa da falta de saúde em Caxias são de funcionários e demite profissionais de maternidade

No fim de semana, um pai usou as redes sociais para denunciar que encontrou larvas no berço do seu filho recém nascido na Maternidade Carmosina Coutinho. “Meu filho nasceu ontem e agora se encontra internado na UTI. Colocaram o meu filho de qualquer forma em um berçário, e o berçário cheio de bicho, e por conta disso meu filho pegou uma infecção”, relatou o pai.

Em um áudio vazado na web, uma médica da maternidade afirma que as larvas têm um potencial agressivo muito grande.

Logo que o assunto viralizou na internet, o prefeito Fábio Gentil cuidou de ameaçar os funcionários da instituição, e inclusive punindo com demissão. “Tudo que aconteceu será investigado, mas as pessoas que foram omissas a tudo isso, ou que não exerceram sua função, com certeza serão afastadas das suas devidas funções”, declarou o gestor municipal em entrevista para a sua emissora de TV.

O prefeito de Caxias classificou o episódio como erro grave. E sem tempo hábil para uma minuciosa investigação dos fatos, e muito menos de assumir a sua parcela de culpa enquanto gestor, que Fábio afirmou quase se atrapalhando em sua própria fala em suas redes sociais: “o erro foi do… de alguns dos nossos funcionários, e que é inadmissível quando se trata de saúde pública que a gente possa acatar”.

Outra estratégia midiática de Gentil foi providenciar uma matéria nos blogs patrocinados por ele com a foto da secretária municipal de Saúde, Mônica Melo, ao lado da substituta na direção da maternidade, Ivana Furtado, que teria assumido o cargo na tarde desta segunda-feira, reforçando sua forma de administrar sob mãos de ferro.

Em uma mensagem de “breve despedida” da então diretora do órgão, Márcia Sousa diz que: “Esses quase 16 anos aqui foram mais do que uma jornada profissional.… Que o futuro nos reserve conquistas extraordinárias e que possamos nos cruzar novamente em breve… Agradeço por cada momento compartilhado e estou ansiosa para as oportunidades que o amanhã nos reserva.“

Fica aqui a nossa solidariedade aos funcionários penalizados, que são tão vítimas quanto os pacientes, por não terem materiais e estrutura adequada para trabalhar.

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